sábado, junho 23, 2007

horas somadas



olho

vejo a chuva cair

consegue ocultar tudo lá fora.

fecho os olhos

imaginoa chuva assim

miudinha caindo de raiva,

imagino o sorriso no teu rosto

o sabor de um beijo molhado.

abrigo-me de ti

ou

de mim nem sei

penso se renasci neste dia vago

como em tantos outros dias vagos

onde pensei que morri,

em noites inventadas de nada

e que o nada é teu rosto

surgindo numa paisagem de nevoeiro.

não me importa que seja a chuva,

o nevoeiro,

o vento ou a madrugada,

não me importaque seja a noite.

só desejo

algo que te traga


l.maltez


somei horas que se transformaram em anos, sim, há alguns anos que aqui partilho
na minha cabana, palavras com que vou brincando. foi num mês de junho de alguns
anos atrás.
a cabana continua a ser construída por palavras, as minhas e
especialmente as vossas que me acarinharam e estiveram sempre presentes, mesmo
quando me ausento, por motivos que me ultrapassam
hoje vim deixar as mesmas
palavras que deram inicio à cabana, fiz alguns quilómetros mas consegui
transporta-las. bateu a saudade no tempo…

lena


terça-feira, junho 05, 2007

hoje!





o tudo começa hoje

arrumado em prateleiras da vida.

as mãos empurram as horas

e cortam a verdade em gomos

de delírios abandonados.


recomeça o caminho rasgado

nos becos de estátuas plúmbeas.

ruíram em pânico tristezas,

surdas esburacadas de ideias

em imagens fundas de uns olhos.


a roda da janela sorri insultuosa

e imita gargalhadas de escárnio.

espalham-se no tempo intransponível

deambulam mareantes

nas incertezas da bruma.


dançam figuras de várias faces

cada uma um poliedro.

arestas e vértices congruentes

arrastam sílabas sem tempo

para dentro da noite roída.


abre-se hoje a ferida miraculosa

no esparso mágico leito


l.maltez





  o teu sorriso no esplendor de uma suave explosão chega a mim o teu sorriso. aflui com emoção e calor, como sonhos mesclados nos en...